Tem dias em que eu sou a paisagem
mais serena que se possa presumir
Água parada espelhando o sol
e apenas o cantar dos pássaros
desrespeitam esta brandura
Eu adormeço com os anjos risonhos,
E noutros dias eu sou um vendaval,
que vai arrastando tudo o que encontra pela frente
E os meus ideais andejam para bem distante dos meus olhos
É uma briga constante, o contentamento
e a dor travam uma enorme batalha entre si
No entanto o sentimento na qual eu me empenho
em dar mais força sempre vence!
O nascer da manhã se desenha habitado pela presença do canto de alguns pássaros solidários...morre, afinal, a noite que recepciona este novo dia!
Hoje não quero chorar. Escolho fixar o olhar no fictício piscar de uma estrela-guia.
Hoje não quero olhar para trás. Escolho firmar o passo neste caminho novo, que parece, no entanto, ter o cheiro e todo o jeito de ser meu velho e querido conhecido.
Hoje não quero lamentar. Escolho abrir fendas secretas para fundo nelas depositar o tesouro que só eu possuo.
Hoje não quero pensar. Escolho debruçar-me no sentir, absorver a essência de minha alma que é toda sentimentos.
Hoje só quero me deixar ficar na total sintonia com esse silenciar interno, o olhar grudado na estrela que me guiará.
Hoje, eu escolho aceitar. Sei perfeitamente de onde vem essa paz.
Por isso, não vou chorar...